segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Frase certa no momento certo


– O que aconteceu ontem?

- Bem pai, você chegou às três da madrugada, completamente bêbado, vomitou no tapete da sala, quebrou móveis, fez xixi no guarda-roupa, vomitou no tapete da sala e machucou o olho ao bater na porta do quarto.
– E porque está tudo arrumado, café preparado, roupa passada, as aspirinas para a ressaca e um bilhete amoroso da tua mãe?
– Bem pai, é que mamãe o arrastou até a cama e, quando ela estava tirando as suas calças, você gritou:

– “NÃO FAÇA ISSO MOÇA, EU SOU UM HOMEM CASADO!”…

Conclusões:
– Uma ressaca: R$ 170,00 (+ ou – )
– Móveis destruídos: R$ 1.200,00
– Café da manhã: R$ 10,00
– Outras despesas: R$ 500,00
– Dizer a frase certa no momento certo: NÃO TEM PREÇO !

Publicada em um jornal local – NG Canela

Post(042) - Novembro de 2009


Balada para um louco

 – Num dia desses ou, numa noite dessas você sai pela sua rua ou, pela sua

cidade ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,por detrás de uma árvore, apareço eu!!!

– Mescla rara de penúltimo mendigo e primeiro astronauta a pôr os pés em Vênus.
– Meia melancia na cabeça, uma grossa meia em cada pé, as flores da camisa desenhadas na própria pele e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão.

– Ah! Ah! Ah! Você ri… Você ri porquê só agora você me viu.
– Mas eu flerto com os manequins, o semáforo da esquina me abre três luzes celestes. E as rosas da florista estão apaixonadas por mim, juro, vem, vamos passear. E assim meio dançando, quase voando eu te ofereço uma bandeirinha e te digo:

– Já sei que já não sou, passei, passou. A lua nos espera nessa rua é só tentar.
– E um coro de astronautas, de anjos e crianças bailando ao meu redor, me chama: -“Vem voar.”

– Já sei que já não sou, passei, passou. Eu venho das calçadas que o tempo não guardou. E vendo-te tão triste, te pergunto: O que te falta? – Ah! Ah! Ah! Ah!

– Louco, louco, louco! Foi o que me disseram quando disse que te amei. Mas naveguei as águas puras dos teus olhos e com versos tão antigos, eu quebrei teu coração.– Ah! Ah! Ah! Ah!

– Louco, louco, louco, louco, louco! Como um acrobata demente saltei dentro do abismo do teu beijo até sentir que enlouqueci teu coração, e de tão livre, chorei.

– Vem voar comigo querida minha, entra na minha ilusão super-esporte, vamos correr pelos telhados com uma andorinha no motor. – Ah! Ah! Ah!
– Do Vietnã nos aplaudem: Viva! Viva! os loucos que inventaram o amor! E um anjo, o soldado e uma criança repetem a ciranda que eu já esqueci.
– Vem, eu te ofereço a multidão, rostos brilhando, sorrisos brincando.
– Que sou eu? – Sei lá, um… Um tonto, um santo, ou um canto a meia voz.

– Já sei que já não sou, nem sei quem sou. Abraça essa ternura de louco que há em mim. Derrete com teu beijo a pena de viver.
– Angústias, nunca mais!!! – Voar, enfim, voar!!!

– Ama-me como eu sou, passei, passou. Sepulta os teus amores vamos fugir, buscar, numa corrida louca o instante que passou, em busca do que foi!!! – Voar, enfim, voar!!! – Ah! Ah! Ah! Ah!… – Viva! viva os loucos!!! Viva! Viva! Os loucos que inventaram o amor!

Todos nós temos um pouco de louco, esta é a visão dos compositores: Astor Piazzolla e Horácio Ferres em uma canção interpretada por Moacyr Franco

Post(044) - Novembro 2009


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O melhor produto da região


Ao descobrir um fazendeiro que conseguia ganhar todas as medalhas do


Ministério da Agricultura, porque o seu milho era de excelente qualidade e alta produtividade, indignado, um jornalista resolveu ir até o lugar onde ele trabalhava, pensando em escrever uma grande matéria sobre o segredo de tamanho sucesso.Ali chegando, foi logo perguntando, o que ele fazia para sempre produzir o melhor produto da região.

– Muito Simples, respondeu o fazendeiro.

– No final da colheita, separo uma boa parte dos grãos, e distribuo para os meus vizinhos.

– Distribuir aquilo que colhestes? perguntou o jornalista surpreso.

– Será que não entendes que seus vizinhos também são seus concorrentes, e estão querendo produzir mais?

– Será que não compreendes que tudo é uma coisa só? explicou o fazendeiro.

– Na primavera, o vento traz o pólen, e este se espalha por todo o lugar. Se meus vizinhos plantarem algo ruim, minha colheita será também afetada.

– Para ter o melhor produto da região, preciso fazer com que os campos ao meu redor mantenham a mesma qualidade.

– Não podemos fazer nada de bom na vida, se não estimularmos os outros a fazem o mesmo.

Texto original de Paulo Coelho

Post(039)– Novembro 2009